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A Velha Montanha

Jana Duarte conta sua visita a Cidade Perdida dos Incas

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Linda! Não merecia outro título, sem ser uma das 7 maravilhas do mundo. Deslumbrante é sua beleza, que nos enfeitiça ao te olhar.

Ela é conhecida por “Cidade Perdida dos Incas”, visitá-la é reviver a lenda viva da cidade Imperial de Cusco.

Está localizada lá no alto da montanha, a 2400 metros de altitude, bem no Vale do Rio Urubamba. Bem ao seu lado, encontramos Huayna Picchu ou Wayna Pikchu (na linguagem Quíchua, Jovem Montanha), que forma a parte oriental do maciço de Salcantay e está a 2720 metros do nível do mar. É a montanha ícone das fotos de Machu Picchu. De acordo com a lenda, no seu topo morava o grande Sacerdote. A sua visitação e’ restrita a 400 turistas por dia, dividido em dois grupos de 200 pessoas, que percorrem uma subida exaustiva e escorregadia que os leva ao cume.

Relatos afirmam que Machu Picchu foi construída no século XV, considerado atualmente o símbolo mais típico do Império Inca. Ela foi descoberta em 1911 e por volta de 1983, foi elevada ao patamar de Patrimônio Mundial da Humanidade pela Unesco.

Muitos não sabem, mas apenas 30% de Machu Picchu  ainda conserva sua originalidade, outras partes foram reconstruídas, mas é notória a diferença quando se observam as construções, principalmente a colocação das pedras, pois, da forma original, são pedras grandes e com pouco espaço entre elas. Os Incas planejavam tudo de forma organizada, para a passagem do Deus Sol.

Diversas são as formas de chegar à Velha Montanha. Saindo de Cusco, por trem, a viagem dura de 3 a 4 horas até o povoado de Águas Calientes. Lá você pega o micro ônibus que te leva até a estrada do parque, gastando, em média, 30 minutos por uma rodovia que sobe a encosta do Cerro Machu Picchu. Uma opção que não escolhemos quando fomos, mas, analisando depois, vimos que é a melhor forma de aproveitar  o passeio.

Para quem curte uma caminhada e está bem preparado fisicamente , vale a pena seguir o “Caminho Inca”, são 4 dias de caminhada, iniciando pelo trem da ferrovia Cusco-Águas Calientes, desce no km 82 e daí em diante, se inicia a trilha completa, percorrendo os 45 km por 4 dias, pernoitando em acampamentos que possuem toda infraestrutura. Ainda possui mais duas opções de caminhadas, uma trilha de 2 dias ou a caminhada de 12 km, que em um único dia se alcança a Velha Montanha ao entardecer.

Ainda se pode fazer o passeio ao Vale Sagrado dos Incas, saindo de Cusco indo até Ollantaytambo e, de lá, tomar um trem até Águas Calientes. Ressaltando que a passagem deve ser adquirida com antecedência, pois existe um número certo de passagens a ser vendidos aos não nacionais.

Em 2016, na companhia de grandes amigos Arnaldo, Alice, Sócrates e Wilma, tivemos a honra de visitar esse lugar deslumbrante.Optamos por nos hospedar em Ollantaytambo, um vilarejo com um imenso acervo histórico com inúmeros sítios arqueológicos que encanta quem o visita. Pequeno e aconchegante, vale muito a pena ficar mais tempo na região.

As motos não vão até a Velha Montanha. Então, de van, fizemos um percurso de 4 horas pela linda e perigosa estrada Andina, um visual mágico. Após 4 horas de viagem, chegamos à Hidroelétrica, ponto que inicia a caminhada de 12 km até Águas Calientes, seguindo o curso da linha férrea.

Confesso, não é uma caminhada fácil, a dificuldade de caminhar por grande período de tempo por uma linha férrea, num calor absurdo e abafado, é um obstáculo grande a vencer, mas vale a pena quando nos deparamos com a paisagens lindíssimas.

Após 3 horas e meia de caminhada, chegamos a Águas Calientes. No último trecho, Sócrates e Arnaldo tiveram que fazer correndo para conseguir comprar passagem do micro ônibus, pois era o último horário do dia para subir a montanha.Ufa! Que alívio! Conseguimos.

Ao passar a roleta do parque, não consegui conter as lágrimas. Havíamos chegado, conseguimos, naquele momento, alcançar nosso objetivo e diante dos nossos olhos ali se encontrava. Ela, a linda e majestosa montanha a nos contemplar. Infelizmente, passamos pouco tempo no Império, tranquilamente passaríamos horas e horas ali, naquele lugar de indiscutível beleza.

Ao caminhar pelo sítio, muitas são as coisas a se observar e admirar. Inúmeros são os detalhes para admirar e nos remete a um questionamento, como aquele povo construiu aquela cidade?

Ao sair do parque, me voltei para a montanha e, claramente, se via em meu rosto o desejo do retorno junto a um sorriso pela gratidão por estar ali.Na volta, Alice e Arnaldo fizeram o mesmo percurso da ida: caminhada de 12 km até o encontro com a van. Enquanto eu, Wilma e Sócrates, exaustos, optamos pela volta de trem. Permanecemos em Águas Calientes até o horário da saída do trem.

Nesse intervalo de tempo, passeamos para conhecer esse encantador vilarejo. Ao embarcar, fomos surpreendidos pela estrutura do trem, extremamente confortável, com serviço de bordo e vagões com climatização.

Quando se fala em Peru, o pensamento logo leva a Machu Pitcchu. Sim, lá é deslumbrante, mas o Peru é um pais místico, que possui inúmeras atrações. Mas, se eu abordar tudo, de uma única vez, deixaria a reportagem muito extensa. Então, em uma próxima oportunidade, convidarei vocês a montarem na garupa da Fofurinha e fazer um passeio incrível por esse pais mágico.

 

Qualquer dúvida e informação sobre o Peru, estou à disposição através do e-mail: blog.boramundo@gmail.com.

 

 

 

 

 

  1. Pedro Jr. Diz

    Maravilhosa experiência,parabéns a todos que participaram desta expedição.

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