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Trocas de óleo do motor e lubrificação

Veja as dicas e orientações de um especialista.

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Perguntamos ao especialista em combustíveis e lubrificantes Bruno Senff*.

Porque lubrificar a corrente de transmissão?

Para evitar desgastes prematuros do kit de transmissão, que deve sempre estar bem lubrificado.

Quando lubrificar a corrente de transmissão?

Após utilizar a motocicleta em condições de chuva, ou lavá-la, aplique uma pequena quantidade de lubrificante especial para correntes, pois o mesmo é desenvolvido especificamente para penetrar até o pino de dentro do rolete da corrente e manter a superfície externa da corrente aparentemente seca, para que não “grude” poeira ou outros materiais que venham a ser abrasivos e causem desgastes prematuros dos roletes da corrente e da coroa e pinhão. Este produto é vendido em lojas de peças e acessórios para motocicletas, estão na maioria das vezes disponíveis em aerossol.

Importante: Verifique no manual do proprietário mais detalhes sobre a corrente de transmissão na sessão “Manutenção e Ajustes”.

Qual o intervalo da troca de óleo?

Os óleos lubrificantes são substâncias utilizadas para reduzir o atrito de funcionamento do motor, lubrificando, limpando e aumentando a sua vida útil.

Na grande maioria dos modelos de motocicleta, a primeira troca de óleo precisa ser realizada por volta dos 1.000 km. As próximas trocas serão em intervalos de 4.000 em 4.000 km nos modelos de até 300 cilindradas e de 6.000 em 6.000 km nos modelos acima de 300 cilindradas.

Poucos sabem mas o óleo lubrificante, é de grande importância na refrigeração do motor, sua vida útil, deve ser respeitada pois dentro da embalagem, ele pode durar até 5 anos, porém quando aberto este intervalo cai para no máximo 6 meses, pois ao entrar em contato com o ar, começa um processo de oxidação, reduzindo suas propriedades, então mesmo que você não rode com a sua motocicleta a quilometragem de troca, você deve observar este prazo por data.

Cada tipo de lubrificante contém um pacote especial de aditivos de extrema pressão, detergência, anti desgaste entre outros.

Quais dicas você daria a nós motociclistas?

– É natural que o nível de óleo baixe, portanto, verifique constantemente e complete, se necessário for. Se a especificação do fabricante da motocicleta recomenda Óleo Sintético, jamais complete o nível com outro tipo, como o mineral ou o semi sintético.

– Troque uma vez a cada seis meses ou a cada intervalo indicado na tabela de manutenção, conforme manual do proprietário (o que ocorrer primeiro).

– Efetue a troca com mais frequência caso utilize a motocicleta regularmente sob condições de poeira, como em vias não pavimentadas, estrada de chão.

– Junto com o óleo troque também o filtro.

Por que devemos utilizar óleo recomendado pelo fabricante da motocicleta?

Porque o óleo indicado pelo fabricante normalmente foi especialmente desenvolvido para o motor daquela motocicleta, com características próprias de lubrificação e viscosidade, entre outras.

O óleo é o elemento que mais afeta a vida útil do motor, portanto fique atento em utilizar sempre o óleo recomendado e trocá-lo no intervalo indicado (verifique no manual do proprietário, em “Manutenção e Ajustes”, a periodicidade indicada de troca de óleo).

Em relação as marcas de óleo elas influenciam?

Utilize sempre o recomendado pelo fabricante do motor, a marca não importa, o que importa é a especificação JASO (Japonesa) ou SAE (Americana)

Exemplo, um Óleo Motul SAE 10W50 e um  Óleo Mobil SAE10W50 tem as mesmas propriedade e seus pacotes de aditivos cumprem as especificações de lubricidade, IV (índice de Viscosidade), o que uma marca difere das outras vem, como acessórios, tipo Long Life, menor formação de borras ou outras particularidades.

Além disso, conforme o local onde vai rodar com sua moto, é importante observar características de clima e condições da pista, pois o uso do óleo está diretamente ligado às suas especificações e também classificações.

 *Bruno Senff –  Técnico em Mecânica, Estudante de Engenharia Mecatrônica, especializado em combustíveis e lubricantes, consultor de soluções em economia de combustível para frotas de caminhões e ônibus. Construtor de Hot Rods membro do “Comando Bravo” Car Club de BH.

 

 

Especificações de Óleos Lubrificantes:

SAE – Society of Automotive Engineers
É a classificação mais antiga para lubrificantes automotivos, definindo faixas de viscosidade e não levando em conta os requisitos de desempenho.

Apresenta uma classificação para óleos de motor e outra específica para óleos de transmissão.

API – American Petroleum Institute
Grupo que elaborou, em conjunto com a ASTM (American Society for Testing and Materials), especificações que definem níveis de desempenho que os óleos lubrificantes devem atender.

Essas especificações funcionam como um guia para a escolha por parte do consumidor. Para carros de passeio, por exemplo, temos os níveis API SJ, SH, SG, etc…

O “S” desta sigla significa Service Station, e a outra letra define o desempenho. O primeiro nível foi o API SA, obsoleto há muito tempo, consistindo em um óleo mineral puro, sem qualquer aditivação.

Com a evolução dos motores, os óleos sofreram modificações, através da adição de aditivos, para atender às exigências dos fabricantes dos motores no que se refere à proteção contra desgaste e corrosão, redução de emissões e da formação de depósitos, etc..

No caso de motores diesel, a classificação é API CI-4, CG-4, CF-4, CF, CE, etc.

O “C” significa Commercial.

A API classifica ainda óleos para motores dois tempos e óleos para transmissão e engrenagens.

ACEA – Association des Constructeurs Européens de l´Automobile (antiga CCMC)
Classificação européia associam alguns testes da classificação API, ensaios de motores europeus (Volkswagen, Peugeot, Mercedes Benz, etc.) e ensaios de laboratório.

JASO – Japanese Automobile Standards Organization
Define especificação para a classificação de lubrificantes para motores a dois tempos (FA, FB e FC, em ordem crescente de desempenho).

NMMA – National Marine Manufacturers Association
Substituiu o antigo BIA (Boating Industry Association), classificando os óleos lubrificantes que satisfazem suas exigências com a sigla TC-W (Two Cycle Water), aplicável somente a motores de popa a dois tempos. Atualmente encontramos óleos nível TC-W3, pois os níveis anteriores estão em desuso.

Fonte: www.rodotransporte.com.br

 

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