Posturas de Pilotagem – Primeira Parte

Conheça erros na postura e suas consequências na avaliação de um Fisioterapeuta

Por BORAM Atualizado em 13 jul, 2018

Uma coisa que é comum a todas as marcas e cilindradas é a postura na motocicleta. O motociclismo é um estilo de vida, e para nossa própria segurança devemos adotar, ou pelo menos conhecer, os tipos de postura mais adequados a uma pilotagem segura e confortável.

Para evitar dores no corpo, mais precisamente no pescoço, braços e costas durante seu passeio de moto é muito importante observar a sua postura. São três as posturas básicas em uma motocicleta. Cada tipo de postura corresponde a um tipo de pilotagem.

Cada postura tem seus prós e seus contras, cabe a você adequar a postura ideal ao seu estilo de pilotagem e evitar tanto a fadiga como lesões por postura incorreta.

Postura Padrão

Pilotando com a postura padrão as costas se mantém retas e o pescoço se mantém mais neutro. Nessa postura os ombros e cotovelos são mantidos confortavelmente sobre os controles sem risco de hiper- extensão dos ombros e principalmente dos cotovelos que se manterão semi-flexionados com os antebraços paralelos ao chão. É importante os ombros estarem relaxados evitando-se tendinites e bursites.

Se você adota a postura errada ao pilotar sua motocicleta isso irá dificultar a pilotagem podendo causar acidentes e lesões.

POSTURA SPORT

Já a postura Sport ocorre uma inclinação para frente da coluna e da pélvis e os pés para trás dos joelhos e a cabeça na sua extensão. Os antebraços ficam paralelos ao solo e os punhos próximos da neutralidade.

Esse tipo de postura combina com velocidade, a bem da verdade a postura até melhora a aerodinâmica do conjunto moto/piloto. Mas em baixa velocidade esse tipo de postura costuma acarretar dores nos punhos e nos músculos da região mais baixa da coluna vertebral, a região lombar. Como os músculos da região cervical (pescoço) suportam o peso da cabeça em extensão, pode ocorrer dores de cabeça suboccipital .

Dor em região sub occiptal:

Segundo o Fisoterapeuta Dr. Alessandro Henrique Morais Martins, a região subocciptal é a parte mais alta da coluna cervical e localiza-se na parte posterior do crânio em que o osso occiptal articula-se com as primeiras vértebras cervicais C1-C2(Altas-Axis).

Devido a força G-gravitacional produzida por essa postura esportiva é gerada a dor de cabeça de origem cervical ou cefaleia cervicogênica. Isso se dá pela má sustentação da cabeça e a redução dos movimentos do pescoço durante a execução dessa postura.

Essa dor de cabeça tem como principal causa alguma alteração cervical do pescoço e nuca. Essas alterações podem vir de doenças cervicais como hérnia de disco, osteoartrose ou estenose cervical mas no caso do motociclismo ela se relaciona a contraturas, tensões musculares, torcicolos ou problemas posturais.

Segundo o International Headache Society existem entre 144 e 150 tipos de cefaleia mas o que poucos sabem é que muitas vezes a origem dessa dor pode estar na cervical e o tratamento na Fisioterapia. A cefaleia cervicogênica é responsável por 15 a20 % de todas as dores de cabeça.

Essas afecções geram dores na região do músculo trapézio, ombros, pescoço, mandíbula podendo se irradiar até para as mãos.

POSTURA DE CRUZEIRO OU CRUISER

Essa é a postura que parece ser a mais confortável. Não é por mera coincidência que é a preferida pelos pilotos mais experientes e que não abusam da velocidade. Nessa postura o piloto mantém os pés em frente do corpo tendo o assento mais baixo e as manoplas e controles ligeiramente ou um pouco mais elevados. Com a pelve em flexão mínima ocorre uma redução na pressão da base do sacro e do disco intervertebral L-5-S-1. O piloto fica numa posição levemente reclinada com os pés para frente dos joelhos (90º). A coluna e a cabeça ficam mais neutras enquanto o quadril e a pélvis ficam relaxados e com as pernas o mais próximas possível do tanque de combustível.

Uma variável para este tipo de postura é a utilização ou não da bolha (para-brisa). Pilotando sem a bolha ocorrerá um aumento na pressão do ar no peito do piloto e como consequência o piloto deverá se inclinar ligeiramente para a frente a fim de manter a aderência adequada sobre os controles. Essa inclinação pode causar fadiga para os músculos anteriores do pescoço e do abdômen.

ESPONDILOLISTESE: Na definição do Dr Alessandro, é um deslizamento de um corpo vertebral no sentido anterior, posterior ou lateral em relação à vértebra de baixo. Este escorregamento para frente de uma vértebra em relação a outra subjacente, ocasiona dor ou sintomatologia de irritação de raiz nervosas. Podendo gerar:

Dor Lombar

Dor irradiada (dor Ciática)

Dor nas pernas ao caminhar

Formigamento

Encurtamento dos músculos posteriores das pernas

Perda de força e coordenação dos movimentos

Incapacidade de andar

DOR CIÁTICA: Dr. Alessandro alerta que a dor ciática é uma dor persistente ao longo do nervo ciático, que se inicia na região lombar, passa pelas nádegas e vai até a parte mais baixa de uma ou duas pernas. Este é o nervo mais longo do corpo. A dor aparece quando este nervo está irritado através de uma inflamação, por uma compressão externa, pelo deslocamento do disco intervertebral, pela hérnia de disco na coluna lombar ou por uma contratura do músculo piramidal.

SINTOMAS DA DOR CIÁTICA

Pinçadas ou espasmos de dor na parte baixa da coluna e ao longo do nervo ciático, que percorre pela parte profunda da coxa e/ou superficial da perna indo até o pé. A dor geralmente é sentida como uma pontada ou uma queimação. Às vezes, começa gradualmente, piora durante a noite e é agravada pelos movimentos. A dor ciática também pode causar formigamento, parestesias (baixa sensibilidade) ou fraqueza nos músculos da perna afetada.

Na próxima semana saiba mais sobre Postura de Pilotagem na segunda parte dessa matéria. Nossos agradecimentos ao Dr Alessandro que atendeu a solicitação do Bora Mundo para contribuir com os motociclistas.